Escrito por Rosana Medeiros*

Todo mundo quer ser compreendido e ter seus desejos atendidos, se possível, antes de sequer saber que esses desejos existem. No livro Marketing 4.0, Philip Kotler aborda Google, mídias digitais e ações sociais como fatores a serem trabalhados pelo marketing.
O aumento da disponibilidade de informações sobre as pessoas, seus desejos e sentimentos nas redes sociais levou o marketing a um novo nível. Os pesquisadores de marketing que trabalham com monitoramento de dados já estão a frente nesse campo há anos-luz e utilizam métodos das ciências sociais, como a etnografia, para embasar as informações colhidas nas pesquisas.
O marketing também se volta para esse novo campo e de forma muito rápida, principalmente o marketing político. Podemos esperar trabalhos muito mais embasados e engajados já na campanha desse ano, com mais informações valiosas sobre o mercado. Só é necessário destacar que para que as agências e setores de marketing se apropriem desse novo campo é necessário repensar a divisão de trabalho e informação nas empresas. Afinal, de nada adianta ter muitos dados se não tiver profissionais de conteúdo integrados para usar as informações.
Destaco agora 9 razões pelas quais se você deve dar mais atenção ao monitoramento e a pesquisa de dados na sua estratégia de marketing:

monitoramento para empresa

1. O monitoramento aumenta as possibilidades do setor de marketing

Com o desenvolvimento do monitoramento de redes sociais e das técnicas de aprendizado de máquina, o marketing ganha novos poderes, de previsão, de mira e, consequentemente maior assertividade. As diversas possibilidades e ferramentas podem ser adequadas a cada estratégia e ao contexto de cada empresa.

2. Pesquisas menos enviesadas, com dados mais complexos

Para Peter Drucker, “a meta do marketing é conhecer e entender o consumidor tão bem, que o produto ou serviço se molde a ele e se venda sozinho”. O marketing sempre usou pesquisas e estudos do público para tentar acertar chegar aos consumidores, no entanto, algumas vezes, o processo descambava para o achismo porque as decisões geralmente são tomadas por profissionais de marketing que vivem realidades diferentes da maioria das pessoas.

Com o uso dos dados disponibilizados na internet é possível conhecer as pessoas em seu habitat natural, falando com quem, como e quando se sentem confortáveis e sendo mais sinceras do que é possível ser frente a um profissional de pesquisa e suas pranchetas.

3. Visão ampla sobre o mercado

Podemos dizer que os profissionais de todas as áreas nunca tiveram tantas informações disponíveis e meios para verificar um grande volume de sentimentos e desejos do público em relação a tantas coisas diferentes, tangíveis e intangíveis. Estes novos conhecimentos estão sendo largamente utilizados por instituições de ponta como Harvard e empresas ligadas a tecnologias como a Netflix.

4. Conhecer o seu público quase que pessoalmente

Finalmente é possível conhecer cada grupo e até mesmo cada pessoa e esse conhecimento representa uma revolução equiparável a disseminação da escrita. Diversos campos estão utilizando essas novas possibilidades no intuito de melhorar seus conhecimentos, campos como as administrações públicas, o policial, o setor de finanças e até a medicina. Apontamos a alardeada utilização de dados pela Cambridge Analityca, na campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, como exemplos de utilização da ciência de dados pelo marketing no campo político.

5. Gerenciar crises com mais rapidez e assertividade

Sem dúvida, as crises representam grandes problemas e devem ser prevenidas, no entanto, nem sempre é possível evitar uma crise. São situações a qual todos estamos sujeitos em algum momento, por circunstâncias diversas.
Cito como exemplo a última crise do Sesc, instituição na qual estagiei e pude ver o ambiente saudável, propício ao esporte e a cultura, nada relacionado ao episódio de preconceito que envolveu uma criança trans em uma de suas escolas, causado pela decisão de uma funcionária.
A crise chegou a repercutir nacionalmente e a instituição demorou muito tempo para vir a público se posicionar e mostrar ações contrárias ao preconceito em suas unidades. A crise agregou ainda a polarização política em que vivemos e bots conservadores pediam que a instituição expulsasse a criança. O bom senso falou mais alto e a Instituição abriu espaço para a diversidade após a crise. Decisão que está mais relacionada à pauta intelectual, cultural e educacional que o Sesc defende.
Possivelmente, uma resposta mais rápida teria gerado menos buzz nas redes e a Instituição sairia menos arranhada da crise.

6. Identificar influenciadores e detratores da marca

Influenciadores trazem audiência e engajamento, detratores podem causar crises se negligenciados em alguns momentos. Análises simples de rede podem mostrar influenciadores, detratores e que tipo de conteúdo está sendo associado a marca, evitando crises e encontrando oportunidades de interação. O livro Monitoramento e pesquisa em mídias sociais, disponibilizado gratuitamente pelo IBPAD traz um capítulo sobre as possibilidades de interação obtidas através do monitoramento.

7. Menos gasto com publicidade para o público errado

Com os direcionamentos disponibilizados nas redes sociais, já foi possível direcionar o gasto com publicidade para as pessoas certas, tornando a publicidade mais assertiva. As possibilidades de trabalho nas redes com direcionamento são imensas, desde remarketing, até estudo de preferência por localidades. A pesquisa de dados permite que o conteúdo da publicidade seja criado de acordo com as demandas descobertas pela pesquisa de dados.

8. Base de dados para a criação de novos produtos com menos erros

Criar um novo produto requer investimento de tempo, pessoal e gastos, além de muita coragem. Um produto recebido da forma errada pelo público pode representar a falência de uma empresa em algumas situações. Sabemos como o mercado brasileiro é amargo com as empresas, sobretudo, pequenas e médias. Boas análises de dados podem diminuir esse risco e entregar o produto ao mercado certo.

9. Conhecimento sobre a sua empresa (e sobre seus concorrentes) nunca é demais.

No livro “A arte da guerra, Sun Tzu diz que: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. Além de conhecer os concorrentes através de ações de benchmarking, é necessário conhecer bastante seu próprio negócio e conhecer suas forças e fraquezas.
Uma boa estratégia de marketing deve levar em consideração as informações do setor de dados e inteligência em sua construção.
Existem diversas formas de monitoramento e relatórios disponíveis para cada necessidade. As ferramentas também estão mais ágeis para mostrar dados de todos os níveis de interação, desde o grupo de palavras ideal para trabalhar determinado público e as suas especificidades. E a sua estratégia, já inclui monitoramento?

Rosana Medeiros é aluna de cursos IBPAD, graduada em publicidade e propaganda e cursa especialização em Marketing político e estratégia eleitoral. Escreve e acompanha assiduamente temas políticos, de gênero, inclusão e identidade brasileira, com atuação variada na área digital, incluindo conteúdo e estratégia.

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